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Por um mundo mais mangue

Posted on: maio 3, 2010

Nação Zumbi

 Quando se fala em movimento mangue, logo vem à cabeça Chico Science e Nação Zumbi, um dos precursores e ícones do movimento. E não há como não pensar, afinal, esses foram grandes idealizadores e responsáveis por esse novo movimento.

O mangue é o símbolo da fertilidade, diversidade e riqueza, um ótimo nome para dar a um movimento que busca procriar um pensamento em busca de mudança social.

O movimento mangue foi mais que um estilo musical, foi uma mudança de atitude de muitos jovens que puderam perceber que ainda havia algo para lutar e, graças a esses novos pensamentos os mangueboys e as manguegirls se tornarem os caranguejos com cérebro, criando uma evolução nas artes, vestimentas, cinema, enfim, uma grande produção cultural.

Depois da Tropicália e do Rock Nacional a música mangue foi um dos últimos movimentos marcantes do Brasil com grande ideologia. Músicas com foco na miséria, caos urbano, conflitos étnicos e expansão da consciência, as letras atemporais nos fazem refletir sobre o cenário suburbano que se encontra o nosso país. E para quem nunca vivenciou ou passou por isso, pode perceber e sentir a necessidade de uma mudança social ouvindo apenas Nação Zumbi.

Uma mistura de anarquia e punk rock, música da periferia, hip hop, eletrônica e maracatu com uma pitada folclórica brasileira e uma batida eletrônica cria uma mistura infinita de som e único para nossos ouvidos.

Esse é o movimento manguebeat, com uma pitada de psicodelia podemos considerar esse um Tropicalismo pós-moderno, com uma mistura de ritmos e grandes ideologias e, principalmente as cores vibrantes que fazem a alegria do movimento que mesmo percebendo os pontos negativos da sociedade, ainda tem forças para lutar e otimismo por um mundo melhor.

Apesar da crítica à mídia manipuladora, Nação Zumbi e o manguebeat só chegaram ao topo graças à mídia de massa e, é nesse momento que percebemos que a mídia de massa também pode nos influenciar a ouvir coisas boas e refletir sobre a mensagem que é transmitida.

É por isso que precisamos viver em um mundo mais mangue, onde a consciência é livre para se expressar e entender o que acontece a seu redor. Uma consciência de atitude e pensamentos atemporais, onde uma juventude viva em uma Nação Zumbi que luta pelo bem, trabalha dignamente, não tenha preconceitos e respeita as miscigenações.

O nosso ambiente de caos é resultado de um crescimento mal planejado, ansioso e impulsivo, mas com ideias criativas e grandes percepções, o mundo mangue nos torna seres pensadores.

2 Respostas to "Por um mundo mais mangue"

Acho o movimento Manguebeat bem interessante, ainda mais por que o mesmo veio em meados dos anos 90 e é o que mais se aproxima da nossa realidade. Mais como hoje tudo envelhece rápido o Manguebeat já este ultrapassado, com ideias velhas. Precisamos de uma nova ação, precisamos de algo novo, algo para lutar, talvez agora seja a hora de brigar pela real liberdade de expressão e por um poder publico mais honesto.

O movimento Manguebeat é de fato muito massa um grande movimento que inspira ideologia, talvez por isso foi meio esquecido, por ser um movimento que cobra certa postura de seus idealizadores, postura que talvez seja mal vista pela sociedade.
Creio que o movimento não é “velho” (Guih) mas sim desvalorizado, pois ainda existem diversos movimentos da deca de 70, 80, exemplo o movimento Punk (movimento qual a sociedade já se “acostumou” de certa forma). Então creio que deveria haver uma maior valorização de nossa cultura e de nossos movimentos culturais, deixar de lado o modismo norte americano.
Excelente Texto Daise ^^

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